História Infantil!

A lagarta que queria voar até à lua

Era uma vez uma grande floresta. Nela havia tanta vida, flores de várias cores, árvores gigantes… e nelas habitavam muitos pássaros que cantavam desde o nascer do sol até ao anoitecer! Nesta floresta tudo era perfeito!

Na floresta havia uma lagarta com o nome de Lya. Era conhecida por estar sempre a comer e por sonhar demais, pois o seu sonho era um dia conseguir chegar à lua! Todos os outros animais gozavam com ela, pois diziam que jamais uma lagarta conseguiria chegar à lua. Mas Lya não se importava com o que os outros pensavam, porque ela acreditava que o dia conseguiria realizar o seu sonho. Lya tinha uma amiga chamada Mimi, era uma formiga muito distraída mas muito simpática.
Todas as noites, Lya e Mimi tinham o hábito de se deitarem numa folha e ficarem a olhar para lua. Numa dessas noites, Lya diz para Mimi:

(Lya) - Mimi, achas que um dia poderei mesmo chegar à lua? 

(Mimi) - Claro que sim, todos podemos realizar os nossos sonhos, só temos de lutar por eles!
(L) - Mas Mimi, como posso ir até à lua? Nem asas tenho… Respondeu Lya com uma voz tristonha.
Depois de uns minutos, olhando para a lua, Mimi teve uma ideia.
(M)- Olha, tive uma ideia!Disse Mimi, com uma enorme alegria.
(L)- Qual?
(M)- Vamos construir-te umas asas, e assim já podes voar até à lua.
(L) - E como vamos fazer isso?
(M) - Vamos pegar em duas folhas e com uns pauzinhos vamos construi-las.

Lya, confiante na ideia da sua amiga, começou logo à procura de todo o material necessário. Passada uma hora, as amigas já tinham tudo o que era preciso para construir as asas. Mimi e Lya sentaram se a olhar para tudo o que juntaram e Lya disse:

(L) – Mimi, por onde começamos?

Mas ninguém respondeu. Mimi estava tão cansada que acabou por adormecer. Lya encostou se à sua amiga e deixou se dormir.
No outro dia de manhã, mal nascera o sol, as duas amigas puseram o plano em marcha.

(M) - Estão prontas. Vamos experimentá-las! Disse Mimi, satisfeita por ter ajudado a sua amiga
Lya põe as asas, prende-as a duas das suas seis patinhas e começa a correr, a correr, até que começou a levantar voo, “- estou a voar!” gritava a lagartinha feliz. Passados uns segundos de ter começado a voar, veio uma rajada de vento e,,, pumba, a lagartinha bateu contra uma árvore e partiu as asas, Estava naquela altura a passar o caracol, que  assistindo àquilo, disse, ao mesmo tempo em que se ria:

- Desiste, lagartinha, tu nunca vais conseguir voar, e muito menos até à lua. Ah ah ah… Gozava o caracol.
A lagartinha estava de novo triste por não ter conseguido voar alto, mas a formiga chegou perto da sua amiga e disse:

- Não fique triste amiga, vamos voltar a construir umas asas e vai ser esta noite que vais chegar à lua!
E assim foi, As duas amigas voltaram a construir as asas.

Chegou a noite e as duas amigas tinham preparado tudo de uma forma cuidadosa para que nada falhasse. Mimi e Lya foram até à árvore mais alta, Lya, Assim que chegaram ao ramo mais alto, Lya voltou a pôr as asas, começou a correr, e depois a voar... enquanto  gritava:

- Estou a voar, estou tão perto…, mas, quando tudo parecia estar a correr bem, o vento soprou e pumba, de novo contra uma árvore.
Lya, triste por não ter conseguido voar até à lua, agarrou-se à sua amiga e começou a chorar. Mas Mimi, que não gostava de ver a amiga chorar, teve outra ideia...

- Amiga, vamos pedir a um animal que tenha asas e que te leve á lua.
Lya parou de chorar e disse:

- Boa ideia Mimi. Mas a quem?
Mimi começou a pensar e, de repente, olhando para a árvore da frente, viu uma colmeia.
- Vamos pedir às abelhas que te levem à lua!
Quando as duas amigas chegaram perto da colmeia, a Lya gritou:
- Está aí alguém? Está aí alguém?

Depois de tanta gritaria, apareceu uma abelha muito gorda e com cara de má: Parecia mal disposta, pois tinha sido acordada.

- O que é que vocês querem?
- Peço desculpa por estar a incomodar a esta hora mas vocês podiam ajudar-me a ir até à lua? Vocês têm asas e podiam ajudar-me. Pediu Lya com uma voz carinhosa: Mas mal a lagartinha fez o pedido, a abelha fez uma cara de zangada e, apontando-lhe o seu enorme ferrão, começou a correr atrás delas dizendo:

- Da próxima vez que pensarem em acordar-me é melhor pensarem duas vezes, gritava a abelha muito aborrecida.
Assim, depois de terem fugido da enorme abelha, as duas amigas sentaram-se a pensar quem as poderia ajudar. É então que Mimi tem uma nova ideia.
Já sei quem nos pode ajudar! Disse.

- Quem? Perguntou a Lya,
- Estás a ver aquele pássaro? Não há animal que consiga voar mais alto que um pássaro. Falava mimi convencida que era desta. Quando chegaram ao pé do pássaro, Lya disse-lhe:
- Olha podes ajudar-nos?

Mas o pássaro olhou para as duas amigas disse: 
- Hum, que lagarta tão apetitosa!, e começou a correr atrás das duas amigas para as comer, mas de novo conseguiram fugir, desta vez de um pássaro esfomeado.
As duas amigas, já sem ideias e cansadas de terem fugido do pássaro, deitaram-se em cima de uma grande folha e olharam para o céu.

Mas de repente, a Lya sentiu uma fome tão grande que começou a comer tudo o que aparecia a frente. Mimi estava admirada, nunca tinha visto a sua amiga assim! Depois de ter comido, disse a Mim:
- Mimi, estou me a sentir-me tão mal disposta!

- E normal, depois daquilo que comeste! Respondeu Mimi, ainda chocada por ter visto a quantidade de folhas que a sua amiga tinha comido. Então Lya sentiu um aperto muito grande dentro de si e começou a deitar uma seda tão branca que parecia neve. Assustada com o que lhe acontecia, gritou:
- O que me está acontecer? Dizia a lagarta, aflita.

- Não sei, vou chamar a Margarida Centopeia. A margarida era a centopeia mais sábia de todo o reino dos animais.
Mas quando a Mimi e a Margarida chegaram ao pé do sitio onde estava lagartinha, já não havia lagarta, havia apenas uma almofada de seda.

- Que terá acontecido à lagartinha? Perguntou a Mimi assustada, à sábia centopeia.
- Pelas minhas 100 patas, é um casulo! Respondeu a centopeia, depois de ter observado aquela almofada de seda.

Mimi, com todas as suas forças, pegou naquela almofada de seda e levou-a para um sitio seguro.
Passaram um, dois dias, uma semana, e não havia sinais da lagarta... mas Mimi nunca deixava aquela almofada, pois tinha a certeza que dentro daquela almofada estaria a sua amiga.

Numa noite calma, estava Mimi ao lado do casulo, triste, já com saudades da sua amiga, quando algo estranho se passou. Aquela almofada de seda começou a romper, como a mostrar sinais de vida.
Passados uns minutos, saiu de lá um ser muito bonito, com umas asas enormes e com muitas cores. Era uma borboleta, uma linda borboleta. Mimi, admirada com o que se estava passar, perguntou:

- Lya, és tu?
- Sim, sou eu. O que se passou comigo? A lagartinha já não era uma simples lagartinha, era uma linda borboleta. Mimi, contente por Lya sair do casulo, deu-lhe um abraço dizendo:
- Tinha tantas saudades tuas, amiga.

Lya olhou para sua amiga e disse-lhe:
 - Mimi, agora tenho asas, já podemos ir até à lua.

Assim que acabou de falar, Lya agarrou na sua amiga, bateu as suas novas asas e começou a voar até ao seu sonho, acompanhada da sua grande amiga.
E assim Lya realiza o seu sonho voando até à lua.

FIM